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ECONOMIA CIRCULAR

Economia circular como estratégia climática

  • Foto do escritor: Beatriz Proença
    Beatriz Proença
  • 12 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de ago.

Quando falamos em mudanças climáticas, o debate normalmente se concentra em transição energética: trocar combustíveis fósseis por fontes renováveis, investir em eficiência energética e reduzir a dependência de petróleo, gás e carvão.


Mas essa é apenas metade da solução.


De acordo com a Ellen MacArthur Foundation, 55% das emissões globais de gases de efeito estufa estão ligadas ao fornecimento de energia e seu consumo em edifícios e transporte. Os outros 45% vêm da forma como produzimos bens, usamos materiais e gerenciamos o uso de terras.


Ou seja: se quisermos realmente enfrentar a crise climática, precisamos olhar para como projetamos, fabricamos, usamos e descartamos produtos — e é aí que entra a economia circular.

Quando olhamos para as atuais políticas climáticas e metas corporativas, os esforços se concentram em soluções de energia ou compensações. É essencial, mas insuficiente. Ignorar o impacto do uso de recursos e da ocupação do solo é deixar escapar quase metade do problema.

A produção de materiais, o uso da terra e a maneira como estruturamos sistemas de entrega e consumo estão diretamente ligados às emissões. Redesenhar esses fluxos é uma oportunidade gigantesca para reduzir a pegada de carbono.


Ou seja: se quisermos realmente enfrentar a crise climática, precisamos olhar para como projetamos, fabricamos, usamos e descartamos produtos — e é aí que entra a economia circular


Gráfico de pizza mostrando as emissões globais de gases de efeito estufa em 2010, em bilhões de toneladas de CO₂e por ano. Divisão: Sistemas de energia (17,2), Indústria — produção de materiais (10,2), Agricultura, silvicultura e outros usos da terra (11,9), Energia para transporte (6,7), Energia para edifícios (3), e Outros não relacionados à energia (0,4). Destaque: a produção de bens e o gerenciamento de terras representam 45% das emissões totais.
Emissões globais de GEE Fonte:Ellen MacArthur Foundation

A Economia Circular como estratégia climática


A economia circular propõe repensar todo o ciclo de vida dos produtos e serviços, desde a concepção até o pós-uso. Isso significa:

  • Desenhar produtos mais duráveis e reparáveis.

  • Reutilizar e reciclar materiais em vez de extrair novos.

  • Otimizar cadeias de valor para reduzir desperdícios e emissões.

  • Valorizar resíduos como recursos para novos ciclos produtivos.

Para além da transição energética, precisamos de uma transição para a economia circular — redesenhando a forma como a indústria usa materiais. 


Na prática

A redução de emissões está na diminuição da demanda por extração e processamento de matérias-primas virgens — etapas que concentram boa parte da pegada de carbono dos produtos. Isso já está acontecendo em diferentes setores. No têxtil, marcas estão investindo em programas de recompra e reuso, além de incorporar fibras recicladas em suas coleções [1]. Na construção civil, resíduos de concreto e alvenaria estão sendo processados e reintegrados como agregado em blocos e pavimentação [2]. 


No setor alimentício, subprodutos como cascas e sementes já viram ingredientes para novos produtos ou insumos para bioenergia [3]. E até na indústria de eletrônicos, empresas estão redesenhando equipamentos para facilitar desmontagem e recuperação de metais raros, reduzindo a pressão sobre a mineração [4].


Por fim

Ao reduzir emissões por meio da economia circular, as empresas não apenas contribuem para as metas climáticas, mas também capturam ganhos diretos de negócio. Incorporar essa lógica gera eficiência operacional [5], abre novas oportunidades de receita [6] e fortalece a reputação diante de consumidores e investidores [7].


Em outras palavras: o que começa como uma resposta à crise climática se transforma em vantagem competitiva.


Quer saber como aplicar a economia circular na sua empresa?

Na VAUS, ajudamos organizações a diagnosticar oportunidades e implementar soluções circulares que geram valor ambiental e econômico. Entre em contato com a gente para começar essa transformação.


Referências  

[1] Ellen MacArthur Foundation. Textiles and the Circular Economy, 2021.

[2] ABNT NBR 15116 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural.

[3] FAO. Food Loss and Waste Reduction, 2019.

[4] World Economic Forum. A New Circular Vision for Electronics, 2019.

[5] Ellen MacArthur Foundation. Completing the Picture: How the Circular Economy Tackles Climate Change, 2019.

[6] Accenture Strategy. Waste to Wealth: Creating Advantage in a Circular Economy, 2015.

[7] NielsenIQ. The Rise of Sustainable Media, 2023.

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